quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

A MORTE DA CRIANÇA


“Quando eu era criança, falava como criança, sentia como criança e pensava como criança. Agora que sou adulto, parei de agir como criança”. (1 Cor. 13:11)
Creio que no íntimo de muitos pais é desejar que seus filhos nunca crescessem. Se fosse possível, por todo o percurso da vida, seus filhos sempre seriam crianças, porque com o tempo, aquela pureza e doçura de uma criança findam, ou literalmente, morrem um dia. Com o tempo, os olhos da inocência se abrem para o conhecimento real do que este mundo vago, sórdido e grotesco pode mostrar. É evidente que nem tudo o que o mundo oferece é ruim, porém, a malícia, a impureza se identifica na vida de qualquer um, quando se deixa de ser criança.
Carlos era um pai exemplar. Sua mulher faleceu no parto de João e Jonas, ambos gêmeos idênticos o que um pai amoroso não é capaz de fazer pelos seus filhos? Carlos mimava-os, contava-lhes belas histórias, presenteava-lhes com bons presentes e, principalmente, com o maior deles, que é aquele que não tem preço: o amor.
João e Jonas tinham nove anos e eram crianças muito bem educadas e amavam o pai que tinham como o herói de suas vidas.
A vida que surpreende a todos com bons ou maus acontecimentos, também, surpreenderam a Carlos. Seu filho João adoeceu. Contraiu uma enfermidade gravíssima: leucemia ou câncer no sangue e, somente um milagre poderia salvá-lo. Carlos, um homem temente a Deus, colocou toda a sua fé à prova, implorando que Deus tivesse misericórdia e não recolhesse seu filho. O sonho do pequeno João era o de crescer um dia e ser médico e salvar muitas vidas. Lamentavelmente, este sonho não se realizou. Antes de morrer, no leito do hospital, o pequeno João falou ao pai:
- Não sofra e não chore por mim, meu pai. Sinto que ficarei bem quando eu daqui partir. Não sei para onde vou, mas, deve ser para um lugar lindo, aquele que o pai me contou que para lá, vão todas as crianças. Lá não ficarei sozinho. Obrigado por tudo o que me fez, pai. Cuide de Jonas e, quero acreditar que um dia, todos nós, incluindo a mamãe que não conheci, estaremos juntos.
Foram as últimas palavras do pequeno João. Aparentemente, seu semblante estava tranquilo, bonito e, no íntimo de Carlos, ele acreditava que seu filho João, realmente foi para um lugar bonito, diferente deste mundo tão sórdido e grotesco.
“Vinde a mim todas as crianças, porque delas é o Reino dos Céus”. (Mateus 19: 13 – 15) Lindas palavras de Jesus.
Jonas cresceu forte e saudável. Não precisa mais ouvir as histórias que lhe contava seu pai. Sentia-se homem como muitos garotos adolescentes. Seu comportamento agora era devasso. Não queria mais ir à igreja com o pai, preferindo os prazeres do mundo a o amor para com Deus. Seu envolveu com más companhias e pior do que isto: com drogas e prostituição. Para manter seus vícios, muitas vezes, roubava seu próprio pai. Sem dúvida, isto trouxe muito sofrimento para Carlos.
Jonas já não tinha o menor respeito para com seu pai. Além de usar drogas e de se prostituir na frente do pai, ainda o batia. Carlos não suportou isso por muito tempo. Teve um infarto do miocárdio, morreu agonizando e, seu semblante estava horrível.
Assim é a vida que surpreende a todos nós. É errado dizer que o destino é a gente mesmo quem faz. Os verdadeiros heróis deste mundo são aqueles que mesmo morrendo velhos, nunca deixaram de ser como as crianças.


“E disse Jesus: Eu asseguro que, a não ser que vocês se convertam e se tornem como crianças, jamais entrarão no Reino dos Céus”. (Mateus 18: 3).



doutorboacultural.blogspot.com/

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