segunda-feira, 22 de julho de 2013
sexta-feira, 19 de julho de 2013
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sábado, 6 de julho de 2013
UM PRESENTE DE DEUS AOS HUMANOS
Cansado de ouvir tanto choro, tanta lamúria, tanta conversa fiada, de ver tanta miséria, violência e, de sentir tanto cheiro podre de carniça poluindo mais e mais a terra, Jeová Giré (o Deus das girações e também das gerações) resolveu presentear os humanos. Desta vez não enviou anjos nem profetas, nem mandou homens escreverem nada. Disse pra si mesmo: “Descerei a terra pessoalmente e falarei com este povo estúpido, ignorante e mal criado”.
No que Giré pisa na terra uma terça parte
dela já vai pro pau. O Japão e países vizinhos desaparecem do globo devido a um
grande terremoto; chove lascado em Lima, no Peru e o país acaba-se em dilúvio; os
Estados Unidos do Nordeste Brasileiro vão parar no Alaska, aí se dana tudo.
Giré pega um gigante chicote e dá uma
surra nos humanos que restaram. Até mesmo os nenenzinhos sentem a lambada do
chicote em suas bundinhas que nem pompom com protex lhes protegem nessa hora.
Giré estava com a macaca, meu!
- Bando de vermes! Até quando vão
perturbar minhas idéias? Estão me tirando pra lók?
O povo teme a Giré e nem pisca os olhos.
Porém, por ser pai e, por sinal de muitos filhos, aplica a eles o seu grande
amor.
- Darei a vocês um presente definitivo
para que vivam em perfeita harmonia e para sempre assim como eu. Serão eternos,
entenderam? Sim ou não?
O povo suspira e, o interessante é que até
mesmo os nenenzinhos parecem entender tudo. Giré prossegue:
- Este presente é tão bom que nunca mais
vão esperar a chegada do Natal, pois o Natal será todos os dias.
O povo vibra, se coça, bate palmas e grita
numa só voz:
- Aleluia! Aleluia!
Giré prossegue:
- Fim das raspas nas panelas, da salada de
capim e do bolo de água. Fim darei a fome para sempre.
O povo se rola no chão de tanta alegria.
- Aleluia! Aleluia!
- Querem mais? Querem queijo?
Giré joga toneladas de queijo para o povo
e até mesmo os ratinhos se pudessem dizer diriam “aleluia!”
- SUS?! O que é isso?! Sistema único de
saúde? Fim darei a hemorróida, diabetes, câncer da bexiga, das tripas e
lombrigas, cirrose, trombose, artrose e toda a praga de moléstias e doenças.
O povo vibra:
- Aleluia! Aleluia!
Giré observa seus filhos e se emociona.
Até chora:
- Amados, chega de sofrimento. Assim como
eu amo as bactérias, os vírus, eu também amo vocês. Não faço acepção de nada de
forma alguma. Vocês e uma reunião de baratas discutindo onde vão atacar para
mim é a mesma coisa, porém, como um dia eu tive a ideia de criá-los a minha
imagem e semelhança quero que sejam como eu, entenderam? Sim ou não?
O povo também se emociona, chora e ora.
Giré prossegue:
- Todos vocês terão suas casas próprias.
Fim darei ao aluguel, atestado de pobreza, bolsa família, seguro desemprego.
Pode parar! Ninguém vai precisar trabalhar mais não. Quero ver vocês coçando o
pé, o escroto numa boa, sem esse diabo de preocupação.
O povo se rola no chão, chora, berra,
grita...
- Aleluia! Aleluia!
Giré prossegue:
- Fim darei ao avião, o trem, o metrô, o
ônibus, o carro, o navio, o barco, a carroça, a escada rolante, o elevador e a
todo veículo de transporte. Isso é tudo besteira, amados. Darei a vocês asas e
voarão para onde quiserem. Sugiro que voem para a igreja.
O povo se cala e fica imaginando como será
essa mudança assim tão radical. Giré prossegue:
- Voltando ao item fome: exterminarei da
face da terra a galinha. Muitos de vocês estão comendo até o cérebro da
bichinha, sem falar dos bicos e unhas. Pode parar! Até os ovos, bando de
esfomeados darei fim. Vai acabar esse negócio de franguinho na panela. Aliás,
fim darei as panelas também. Vocês vão comer frutas. Eu sugiro a banana que faz
um bem enorme pros ossos.
O povo se cala de vez e Giré prossegue:
- Fim darei as festas também. Esse negócio
de carnaval é festa da carne e jogo de bundas me dá nojo. Vocês viverão como
irmãos e, inclusive fim darei as bundas também. Desde que criei a bunda, no
princípio do mundo, ela só tem me causado sérios problemas. Vocês não precisarão
mais de bundas. Sem bundas, entenderam? Sim ou não?
Um bundão no meio daquela multidão fica
preocupado e pergunta para Giré:
- Cem bundas só, Senhor?
Giré entende a preocupação daquele sujeito.
- Eu disse: Sem bundas e não cem bundas,
seu sem vergonha.
O povo fica triste porque a maioria gosta
de bunda. Fica imaginando como poderá viver sem ela. Giré prossegue:
- Chega de sexo. Fim darei a todos os
prazeres carnais, filé de bundas, surubas, etc.; pode parar.
O povo coça a cabeça, a orelha e não diz
nada. Giré prossegue:
- Querem queijo?
O povo se alegra e diz numa única voz:
- Queremos.
Giré responde:
- Acabou. Fim darei as vacas também. Fim
darei ao leite e seus derivados como a manteiguinha e o queijinho, etc. Chega
de gases intestinais. Isso polui a terra e, depois outra: vocês não terão
bundas.
O povo baixa a cabeça entristecido. Giré
prossegue:
- Vocês comerão capim como o cavalo e
frutas, só isso. Não vão se chapar de suco de uva que eu não quero nenhum nóia
no paraíso.
O povo faz cara feia, mas nada diz. Giré
prossegue:
- Tudo isso darei a vocês, porém, com uma
única condição: aceitem meu filho.
O povo se retira aos poucos da presença de
Giré e vai embora. Giré fica tão indignado que tem vontade de chicoteá-los de
novo, mas não faz isso. Diz pra si mesmo: “Por que esse povo não aceita meu
filho? Ele é tão legal".
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sexta-feira, 5 de julho de 2013
IDEIAS DE JERICO (2)
Felipe era um jovem boa pinta, muito bonito. Atraía a atenção
de mulheres e gays do mundo inteiro. Meninas e meninos entendidos do Face Book solicitava a sua amizade e, o gatão já
estava cansado de tantas amigas. Decidiu namorar sério mesmo pra encaixar
dentro, entendes? Queria se noivar, casar e, enfim, constituir uma família como
sonham os embriões. Quem pode garantir que eles não sonham?
Fabrícia era brasileira como ele e, pensem numa boneca humana
linda. Agora pensem num pêssego em caldas. O que vocês fariam? Tem ou não tem
que comer? O pêssego? Sim, é claro. Se conheceram na internet, ou seja, pra ser
mais exato: numa lan house. Bate papo daqui e dali deu nisso daí: sairiam daquela
lan house casados. Este nosso novo mundo moderno é bom demais, Sô!
Fabrícia era podólatra, ou seja: tinha prazeres por pés
masculinos e, os pés de Felipe não eram fracos não. Pensem num par de pés
lindos, podólatras. Mas, Fabrícia não ficou assim tão satisfeita, não. Sabem,
por que? Ela queria cheirar, laber e chupar aqueles pezões com cheiro másculo,
não com aquele cheiro de cremes de plásticos. Os pés de Felipe eram perfumados
demais e, isso, não atraía a boneca Fabrícia. Um dia, ela encostou Felipe na
parede e desabafou:
- Urra, meu! Dá licença! Pare de crematizar teus pés, que isso me dá nojo, te liga? Macho tem que ter
cheiro de macho, caramba!
Coitado de Felipe. Deixou de lavar seus tênis e chuteiras,
suas meias e, como pode isso? Mais cheirosos seus pés ficaram. Quando ele
chegava do campinho de futebol e tirava suas chuteiras, as borboletas invadiam
sua casa. Pensem numa chuva de borboletas. É que essas bichanas voadoras adoram
um cheirinho de perfume e, olha que elas têm bom gosto, viu? Foi aí que, Felipe
procurou o amigo Jerico, o dono das ideias que costumam dar certo.
Jerico, após ouvir o relato de Felipe, disse exatamente o que
ele teria de fazer.
- Compre um pacotinho de queijo ralado e jogue algumas
porções em seus tênis ou chuteiras. Calce eles sem meias de preferência e
corra. Deixo o queijo derreter. Corra. Quando você descalçar seus tênis ou
chuteiras tome cuidado apenas com os ratos. O cheiro é excepcional e tua amada
vai adorar. Não revele pra ela que é queijo não, bobão.
Vichi! Não é que deu certo essa ideia, Sô! Fabrícia nem sonha
que aquele cheirinho é de queijo, mas, ela adora. Tem gosto pra tudo, não é,
podólatras?
A MULHER MAIS QUENTE DO MUNDO
Se me contassem, certamente eu não ia acreditar, porém, como
vi com meus olhos espirituais que nunca se fecharão, conto para todos vocês que
são meus irmãos.
Fedora é uma mulher forte, nordestina porreta do sertão das
Alagoas, estado brasileiro. Pensem numa mulher quente. Peraí! Sem maliciar.
Estou falando, literalmente, quente
mesmo. Fedora é pau pra toda a obra; uma mulher denominada pela ciência
de Albert Eisten como um ser vivente, uma criatura. Diferente das outras, é
claro.
Lá pras bandas do sertão nordestino ela conheceu um menino,
que já tinha seus vinte anos e, disse-lhe às porradas:
- És tu mesmo que eu quero, vice?
Coitado daquele menino, gente! Além de ser inglês, era jovem,
bonito e, eu pergunto: que diabo este
inglês foi fazer ali naquele sertão? Seria ele um louco?
Teve que se casar forçado com Fedora e as testemunhas
eram os índios. Tinha até canibais no casório do sertão. Sai de fininho pra
ver, inglês. Quinze dias depois de casados, o inglês de nome Elton e sua esposa
Fedora foram pra longe, quer dizer para Londres, capital da Inglaterra.
Sucedeu que, num mês de dezembro dos anos 80, baixou um frio
tão frio em toda a Europa, principalmente na Inglaterra e muita gente morreu. O
que? Fedora estava de camiseta regata arrancando com as mãos gramas do
jardim de sua mansão e, muitas testemunhas, incluindo as de Jeová, puderam
comprovar isso. Repórteres do mundo inteiro, inclusive dali mesmo da Inglaterra
ficaram boquiabertos. Pra fazer tal reportagem estavam usando até roupa de
astronauta de tão frio que estava. Como é que pode? E Fedora de
camiseta regata.
Deus que tudo vê não quis acreditar. Ele próprio usava um
sobretudo peludo e um tocão e ficou inconformado com o que viu. Delicadamente,
deu uma porrada numa daquelas nuvens passageiras e gritou:
- Pedro!
Por pouco as divindades celestiais não ficaram surdas. Pedro
chega até Deus numa preocupação das grandes.
- O que eu fiz de errado agora, Senhor?
- Deixe de ser besta, rapaz. Pela tua cara devia estar
aprontando alguma coisa mesmo, porém, isso não importa. Quero que tu baixes a
temperatura na terra, em especial na Inglaterra. Está vendo aquela mulher lá?
Olha lá. Tudo o que aquela criatura vai querer é uma blusa.
Vichi! Fazia muito frio, caíam muita neve e neve da pesada.
Pedro baixou mais a temperatura e muitos ingleses foram pro pau, incluindo
Elton, o milionário inglês casado com Fedora. O que? E Fedora
de camiseta regata tirando sarro da inglesada que caía dura no chão.
- Eta, povo mole, sô!
Deus dá uma nova ordem pra Pedro:
- Agora baixe de vez a temperatura.
Jesus, o filho mais amoroso do Pai clama:
- Papi! Pelo o amor de Deus! Conhece-o? Muita gente está
morrendo.
Deus tranquiliza o filho:
- Deixe o povo morrer que depois eu ressuscito, meu filho.
Resumindo: Fedora se cansou dos ingleses e suas
frescurinhas de blusinhas e voltou para o sertão das Alagoas onde vive até hoje
e numa boa porque agora é milionária. Fazer o que na Inglaterra? Jamais estava
interessada em aprender inglês.
Deus que tudo vê, disse pra si mesmo: “To achando que aquela criatura é meu inimigo Diabo e que tudo isso é
uma pegadinha. Um dia eu vou descobrir”.
Cá entre nós, também estou achando o mesmo que Deus, sabe? E
vocês? Quem é que vai aguentar um frio desse tipo, Sô!
quinta-feira, 4 de julho de 2013
A CRENTE SORAIA
Soraia era
uma mulher muito religiosa, aparentemente e, por sinal, muita fanática. Era
viúva e tinha três filhas: Sinésia, Sincronilda e Salapotásia.
Vixi! O
fanatismo de Soraia chega a dar nojo. Ela ficava pregando a palavra pras suas
filhas até altas horas da noite.
- Jesus,
(minhas filhas) era um homem bom demais quando estava na terra e, hoje é muito
mais porque está no céu. Glórias a Jesus! Repitam comigo.
De repente,
o telefone da residência toca e, Sinésia, vai atender. Logo, ela chama sua mãe.
- Mamãe,
Jesus está no telefone.
Soraia
atende.
- Jesus,
você é o cara mais safado que eu já pude conhecer. Ainda tem a cara-de-pau de
me ligar, seu cheira-peidos?
Soraia bate
o telefone e volta a pregar para as filhas.
- Jesus é
amigo fiel e está sempre a nosso lado segurando nosso fardo. Ele é bondoso,
cheiroso, doce como o mel. Glórias a Jesus. Repitam comigo.
O telefone
toca novamente e, desta vez, Sincronilda vai atender. Logo, ela chama a sua
mãe.
- Mãe , Jesus está no telefone.
Soraia atende.
- Jesus?! Quer
parar de me encher o saco, sua praga? Se você não tem nada o que fazer, eu
tenho.
Soraia bate
o telefone e volta a pregar para as filhas. O telefone toca novamente e, desta
vez, Salapotásia é quem vai atender.
- Mãe! O
Diabo está no telefone.
Soraia atende.
- Alô, meu
querido! Que saudades dos infernos, chifrudo. E aí? Continua metendo chifre em
sua mulher? Vem pra casa, Diabo. Ta rolando uma pregação porreta aqui.
E o Diabo
diz:
- Depois da
pregação de Jesus, você vai apagar a luz?
- É claro
que eu vou amor.
- E se teu
ex-Jesus chegar e...
- Chega não!
Se Jesus chegar aqui eu boto você pra chifrar ele.
E o tal
Diabo vai pra casa de Soraia e boa.
IMAGEM DA SANTA QUE FALA
Algo sensacional, formidável, extraordinário, aconteceu na
cidade de Piracibaca, interior de São Paulo. Um homem, muito bem vestido,
sentado num banco que dava bem de frente a uma igreja católica, conversava com
a imagem de uma santa (de 50 centímetros aproximadamente) que fala. Peraí! Como
assim uma imagem de um a santa que fala? Sim, é a mais pura verdade e,
testemunhas, incluindo as de Jeová puderam comprovar isso. Mas, como?
Sucedeu que, num dia de domingo, logo pela manhã, um homem
estava aguardando a missa acabar. Era bonito de ver a quantidade de fiéis que
saíam da igreja. O que? Ao baterem os olhos naquela santinha que falava ficaram
totalmente admirados. Grande parte, isto é, a maioria fez diversas perguntas
para aquele homem sobre a santa.
- Senhor, como pode isso? A santa nem mexe os lábios e está
falando.
- Eu quero uma santa dessa pra mim. Como posso adquirir?
O homem olha para todos aqueles fiéis e diz:
- Desistam fiéis de meu Deus. Esta santa não está à venda, se
bem que as irmãs dela, até posso negociar, porém, sai caro.
- Mas, quanto meu senhor?
E o homem responde:
- Quinhentos reais. É muito dinheiro. Desistam.
- Não! Eu quero uma santinha dessas.
- Eu também quero.
- E eu também.
Aquele homem de nome Honésio acena para a sua linda mulher
Andréa e diz:
- Anote os nomes de todos os interessados nas imagens.
Estejam aqui no próximo domingo com o dinheiro em mãos para levarem à santa.
Aviso: tenho poucas. Não insistam, caso acabem.
Andréa anotava os nomes das pessoas numa prancheta e a fila
era grande. Honésio dizia:
- Está acabando e, quando acabar, não insistam.
Vichi! Mil e duzentas encomendas da imagem da santa que fala.
Isto renderia ao casal Honésio e Andréa R$ 60,00 (sessenta mil reais). Mas,
como?
A imagem da santinha era bem trabalhada. Fiéis podiam ouvir
lindas canções, belíssimas orações, enfim, uma maravilha de primeira.
Sucedeu que, no domingo seguinte, Honésio e Andréa estacionam
uma F1000 bem na porta da igreja e, quando o povo sai da missa foi àquela
aglomeração.
- Trouxe a minha?
- E a minha?
- Eu quero.
Andréa, segurando uma prancheta em mãos chama os nomes
daqueles que fizeram a encomenda e, após efetuar o pagamento para Honésio, este
lhe entregava a santa. Xii! Teve gente que queria fazer mais encomenda. Honésio
diz:
- Acabou. Não insistam e adeus.
Honésio e Andréa vão embora depois de recolherem todo o
dinheiro e vão explorar outras cidades. Mas, como?
Na cidade de Piracibaba, um molequinho atentado pelo Diabo,
destruidor de tudo, irritado com sua mãe, que lhe negou um picolé, joga no chão
a santinha que ela havia comprado de Honésio. Vichi! Dentro dela, bem na cabeça
da santa, havia uma caixinha e um cartãozinho de memória de 2 gigas made in
Paraguai. A santa era movida a bateria e, o máximo que ela iria agüentar é 12
horas. Podiam ouvir orações como o Pai Nosso, Ave Maria, Credo, palavras de bom
ânimo, músicas, enfim, era bonito de ver.
Por maior que seja a malandragem de Honésio e Andréa, sem
saberem, muitas famílias, dentre estas 12 horas alcançaram muitas bênçãos
devido estas santas. A fé é exatamente isso daí. Duvidas?
quarta-feira, 3 de julho de 2013
O PINTO E A GATA
Braulio era
um pinto jovem, bonito. Gostava de comer como todos os pintos. Certo estava
ele. Queria ser galo como o pai e cantar para as galinhas. Será?
Branca era
uma gata branca, metida, orgulhosa, não dava bola para ninguém e, muito menos
para pintos. Nem de gatos ela gostava.
O pinto
Braulio sofria de amores pela gata Branca. Mas, como pode ser isso? Um pinto,
filho de um pai galo e de uma mãe galinha se apaixonar por uma gata? Pois é,
nos fins dos tempos tudo pode acontecer e, digo mais: aconteceu mesmo. Braulio,
o pinto, queria Branca, a gata.
Vichi! A
galinha Brazilina pirou de vez e o pinto Braulio saiu do terreiro e foi pro
jardim florido, onde morava Branca. Coitado do pinto Braulio! Branca, a gata
não queria saber de pintos não. Passava boa parte do dia e da noite numa bate
papo miau com a gata Chau uma gata
chinesa.
Braulio
tomou uma decisão certeira e disse pra si mesmo: Deixarei de ser um pinto mole, deprimido e caído. Pularei desta fase de
frango e, a partir de agora cantarei como galo.
Coitadinho!
Acabara de sair do ovo e já queria esse renovo. As cordas vocais dessa gema
jamais sairiam às claras.
Braulio,
inconformado, procura um terreiro de macumba e leva sorte ao chegar lá: o
pai-de-santo delicadamente o atende e resolve ajudá-lo depois de ouvir todo o
seu relato. Braulio chora:
- Me ajude a
conquistar uma gata. Não posso pagar em mios, nem em milhões, porém, pago em
milhos.
Que pinto
bobo! Falou todas essas abobrinhas porque deu umas bicadas no gole da malvada
pinga. Desde quando um pinto sabe o que é porém?
O
pai-de-santo delicado, respeitado por gays geral do Brasil e do mundo, segue
Braulio até sua casa, quer dizer: o terreiro que ele morava. Que tristeza no
galinheiro, Sô! O pai-de-santo incorporado no Exú Brasil, decepa a cabeça da
galinha Brazilina e explica pra mesma depois de morta porque fez isso. Motivo:
Por ter posto um pinto mole no mundo. Olha para os olhinhos lacrimosos do pinto
Braulio e diz:
- Se Branca,
a tua gata amada comer a galinha da tua mãe, vai gamar em você.
E o
pai-de-santo delicado coloca a falecida Brazilina toda esquartejada num
pratinho bem no centro do jardim florido onde morava a gata Branca. Só que todo
esse trabalho não deu em nada. Branca passa por ali acompanhada de Chau, a gata
chinesa, olha para a falecida Brazilina, ora por ela e diz:
- Sou
vegetariana, meu amor. Não posso guardá-la dentro de mim. Descanse em paz nos
céus.
E, de
repente, dos altos céus, provavelmente abutres etíopes, estavam com uma fome
daquelas e,, aterrisam naquele jardim e comem a galinha Brazilina e seu
filhinho Braulio. Branca chora assistindo tudo isso no galho de uma árvore. E o
pai-de-santo, para surpresa de todos, realmente era um veado.
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terça-feira, 2 de julho de 2013
METEORO DA PAIXÃO
Honésio, sem dúvida, é um homem muito inteligente. Capaz de
conquistar a atenção de muitos com a sua lábia e, pode apostar que ele se sai
muito bem em variados assuntos. Paulistano, bem vivido, ambicioso,
interesseiro, porém, não deixa transparecer isso para ninguém.
Sucedeu que um dia, Honésio chegou a Itapira, uma pacata
cidade do interior de São Paulo e, como fazia muito calor, resolveu chupar um
picolé ao lado de uma bela moça que também chupava, sentada num banco de uma
praça. De repente, o celular de Honésio toca e ele atende.
- Diga, meu amigo e empregado, Luan Santana? Fazendo muito
sucesso aí em Jabaquara? O que? Está em Santana do Livramento? Pretende livrar
este povo?
Aquela bela moça nem piscava os olhos de tão curiosa que
ficou. É claro que aquela ligação era só um disfarce, uma simulação. E Honésio
prossegue.
- Estou hospedado num luxuoso hotel em Campinas, próxima
daqui de Itapira, onde estou. Alô! Alô! Droga! A ligação está ruim. Depois eu
te ligo.
Honésio desliga o celular e abre sua maleta 007 e fica
mexendo em alguns papéis. A bela e ingênua moça não resiste e lhe pergunta.
- O senhor estava falando com Luan Santana, o cantor do meteoro da paixão?
Honésio olha sério para ela e pergunta.
- Duvidas?
- Não! Claro que não. Quando é que ele virá fazer um show
aqui em Itapira, hein? Inclusive ele, se quiser, pode ficar hospedado em meu
apartamento, pois, assim se livra das diárias do hotel.
Honésio sorri diabolicamente e pensa: “Esta caipira foi fácil demais. Está na rede. Pesquei. É minha”.
- Meu nome é Honésio e o seu?
- Andréa. Tenho 22 anos e sou do signo de Virgem.
Honésio fica encantado com a beleza e simpatia de Andréa.
- Respondendo a sua pergunta, cara Andréa, sou empresário de
Luan Santana e, sua vida é governada por mim, entendes e compreendes? É eu
querer e ele vem para cá até agora e não duvide disso.
Andréa se entusiasma.
- Que legal! Queria tanto poder tocá-lo, pegá-lo. Entendes e
compreendes?
Honésio olha sério para Andréa e diz.
- Tudo isso tem um preço, boneca. Pretendo contratar uma
mocinha bonitinha e de confiança para cuidar dele. Conhece alguém que pode me
indicar?
Andréa fica animada, porém, confusa.
- Sim. Conheço alguém sim e esse alguém sou eu mesma, mas,
como assim cuidar dele?
- Fazer companhia para ele em shoppings, restaurantes,
botecos universitários, etc. Luan é muito assediado pelas mulheres. Entendes e
compreendes?
- Sim. Entendo e compreendo. Ele não tem namorada, noiva ou
mulher?
- Namorada e noiva também são mulheres, mas, no momento Luan
está solitário feito uma lombriga, aquela solitária. Todas elas enganam e, como
Luan é governado por mim, sou, praticamente o cérebro dele. Pretendo arrumar
para Luan uma mulher do tipo goiaba em caldas que não o decepcione.
Andréa treme feito Amado Batista quando canta princesa.
- Nossa! Luan é muito lindo e pode ter a mulher que quiser a
seus pés. E, quanto a mim? Será que ele gostaria de mim, por exemplo?
Honésio diz.
- Quem manda no por exemplo dele sou eu, boneca. Está a fim
dele?
A ingênua Andréa se contorce toda e, não teve como segurar:
soltou um peido tão volumoso que assustou até um pombinho nenê que tirava um
cochilo no galho de uma árvore. Saiu voando. Tadinho.
- Perdoe-me, senhor. Não foi a minha intenção soltar esse
peido, mas, é emoção demais para o meu coração.
Honésio olha sério para ela e diz.
- Luan pode não gostar de peidos, garota. Vamos ao que
interessa que, comigo, o lance é rápido: o que tem de melhor para me oferecer?
Se passar no teste Raimunda, aquela que por amor a mim, deu até a sua alegria,
estará contratada.
Andréa fica totalmente confusa.
- Como assim lhe oferecer? Teste Raimunda?
- Sim, boneca. Vou ser direto: se deitares comigo e provares
da sacanagem dos cães e cadelas terás Luan e até a lua a seus pés.
Andréa era Virgem de signo e sexo, uma moça de família, mas,
já que Luan estava nos planos, não queria perdê-lo.
- Eu topo. Pode ser em meu apartamento. Moro sozinha.
Honésio arregala os olhos.
- E é?
- Duvidas?
E assim, Andréa leva Honésio para o seu luxuoso apartamento
bem ali no centro de Itapira, bem próximo daquela praça onde estavam.
Que cara de sorte este Honésio, gente. Fez de tudo e mais um
pouco com a mocinha e esta sacanagem se repetiu por cinco dias direto até que
virou amor. Honésio, carinhosamente diz.
- Case-se comigo, Andréa.
- Eu caso. Mas, o que fazemos com Luan Santana?
Honésio sorri e diz.
- Deixa ele com seu meteoro da paixão pra lá, boneca. Eu,
somente eu e mais ninguém (entendes e compreendes?) pode te dar muito mais do
que o céu, do que o mar. Duvidas?
E assim, Honésio e Andréa se casam e foram felizes para
sempre. O amor, sem dúvida, é algo extraordinário, não é Luan?
A DOADORA
Pensem numa mulher boa, caridosa e tão carinhosa feita à
mamãe cadela dando de mamar pros seus filhinhos cachorrinhos. Assim era
Raimunda, uma mulher capaz de competir com Deus, (o dono do mundo e, isto
inclui o oceano pacífico) de tão grande que era o seu amor.
Raimunda fazia o bem sem olhar a quem; doava alimentos,
roupas e bom dinheiro a todos os necessitados que a procurassem. Tinha um
coração do tamanho gigante, se bem que sofria de chagas, aquela doença que faz
o coração crescer, mas, isso, não tinha nada haver com o excesso de sua
caridade.
Leopoldo (o gordo) era seu único filhinho que valia por dois.
O moleque era uma bola. Ela o mimava demais feito uma gata que gosta de lamber
seus filhinhos peludinhos, gatinhos.
Sábios de Los Angeles, (bairro de Curitiba, Paraná), onde
morava Raimunda com seu filhinho, achavam que ela não regulava bem das ideias e
eu explico por que. Bastava qualquer visita chegar à casa de Raimunda e, ela
toda orgulhosa, chamava seu filhinho Leopoldo (o gordo) e dizia com voz clara
para ele:
- Peide, filhinho.
E Leopoldo (o gordo) ficava vermelho, não de vergonha, mas,
sim porque fazia força e soltava altos peidos bem volumosos capaz de
acordarem as velhinhas que adoram um cochilo.
Sucedeu que um dia, bate palmas no portão da casa de
Raimunda, um velhinho, aparentemente humilde e lhe faz um pedido:
- Dona Raimunda, dizem que a senhora é generosa, carinhosa e
caridosa e que adora doar. Preciso de apenas R$ 500,00 (quinhentos reais) para
comprar um super Nintendo para o meu
netinho.
E Raimunda sorri feito um anjo que acaba de ser promovido por
Deus e diz:
- Super Nintendo?
Entendo.
E aquele velhinho sai pulando feito aquele coxo bíblico
(curado na porta da igreja por Pedro e João em nome de Jesus) de tão feliz que
ficou com o cheque de R$ 500,00 (quinhentos reais que ganhara de Raimunda, a
doadora de tudo, inclusive de sua própria fortuna que lhe deixou Pelé branco,
seu falecido pai).
Outro dia, logo pela manhã de um dia horrível, chuvoso, batem
palmas em seu portão dois homens de terno e gravata e estavam de caminhão
vendendo guarda-chuvas. Raimunda compra duzentos e cinquenta guarda-chuvas que
era tudo que tinham. Que mulher boa, sapinhos da lagoa!
Outro dia batem palmas em seu portão três senhoras bem idosas
pedindo uma doação em dinheiro para que fossem pro Maracanã (estádio) no Rio de
Janeiro assistir a grande final da Copa das Confederações: Brasil e Espanha.
Raimunda foi tão generosa para com elas que doou logo sua F1000 zero bala (que
tinha apenas uns furinhos de balas perdidas) e mais milão para elas gastarem em pipocas. Que mulher generosa, Rosa!
Outro dia, bate palmas em seu portão, um homem sério, de nome
Honésio e lhe faz um pedido.
- Dona Raimunda, sou um anjo enviado por Deus e tudo o que
lhe peço é muito pouco: pretendo montar um negócio no Egito, (terra dos grandes
faraós já falecidos) e, necessito de pelo menos 1.000.000 (hum milhão de
dólares) para isto.
Raimunda olha séria para aquele homem e faz uma pausa. Olha
novamente e se apaixona no ato. Doa para Honésio não só apenas 1.000.000 (hum
milhão de dólares, como sua indústria de salgadinhos paraguaianos, suas
fazendas americanas, seus trinta e três helicópteros, sua bicicleta caloi 10
(lembra?) e etc.). Vichi! Raimunda pirou, doutor! Doou tudo e mais um pouco
para Honésio e, isto inclua até mesmo a sua própria fortuna. Para que isto
acontecesse, oficializado em cartório e tudo, Honésio teria que se casar com
ela e é claro que ele se casou. Hoje, Honésio é um bilionário e, onde está Raimunda
com o seu filhinho Leopoldo (o gordo), meu Deus? Ninguém sabe do sucedido.
Honésio deu um perdido dos gordos em Raimunda e seu filhinho. Que coisa feia,
Sô! Hoje o povo chora pelo sumiço de Raimunda, a doadora de tudo, aquela que
gostava de doar até a sua fortuna. Hê, hê, hê, hê!
doutorboacultural.blogspot.com/
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