quinta-feira, 30 de agosto de 2012

DR. BOA ENTREVISTA “BEBÊ JAPÃO”




Do ocidente cheguei ao oriente, gente. Fiquei fascinado com a mente Tanigushi de um bebê excepcional oriental, apaixonado por iogurte e balas de tutti frutti. Tive a honra de entrevistar o pai da evolução, foi feto, embrião, agora é o “Bebê Japão”. Grande filósofo infantil; apaixonado pelo Brasil e, principalmente pela mulher que lhe pariu numa sexta feira, sua mãe Maria Pereba Pereira, nativa brasileira, nascida no sertão das Alagoas, hoje, por sorte do destino reside de boa no Japão com João. Espera aí! João?! Sim, é o nome do seu filhinho, o Bebê Japão. Acompanhem.
Dr. Boa:
- Bebê Japão ou João, como posso lhe chamar?
Bebê Japão:
- Bebê Japão, mais garantido né?
Dr. Boa:
- Ok, Bebê Japão. Nasceste aqui no Japão, porém, sua mãe é brasileira.
Bebê Japão:
- Mãe brasileira, pai japonês garantido como Bebê Japão.
Dr. Boa:
- Você fala bem português, Bebê Japão. Sabe ler e escrever em português também?
Bebê Japão:
-Leio e escrevo garantido desde quando eu era um espermatozóide. Já, dentro do saco garantido de papai eu já ensinava outros espermatozóides outras línguas. Do saco garantido de papai saí na corrida e fui o único que chegou garantido no útero de mamãe.
Dr. Boa:
- Magnífico! Você é inteligente demais! Dentro de um saco garantido se garantiu. Isso é esplêndido! O que pretende ser quando crescer?
Bebê Japão:
- Samurai como papai.
Dr. Boa:
- Gosta do Brasil?
Bebê Japão:
- Brasil tem muita gente safada, fodida, “fia da puta”, mas, tem muita fruta garantida, não tem terremoto e isso é muito bom. Tem clima bom, terra bonita e a cantora Rita.
Dr. Boa:
- Não acredito! Você gosta de Rita Lee?
Bebê Japão:
- Quem é esta? Gosto da cantora Rita Lelé.
Dr. Boa:
- Interessante. Nunca ouvi nada sobre essa cantora. Pra ser sincero, nem a conheço.
Bebê Japão:
- Ela canta aquela: “Lelé e Lili são do Piauí, uíí, uíí. O que você quer Lelé? Piuíí! O que você quer Lili? Piuíí!
Dr. Boa:
- Que composição edificante, Giré! Pra terminar nossa inesquecível entrevista, deixe uma mensagem para o Brasil, Bebê Japão:
Bebê Japão:
- Ochentebrasileirada!あなたは、漠然としたBundosの束を動作する必要があります。

terça-feira, 28 de agosto de 2012

DR. BOA ENTREVISTA “BEBÊ CHINA”






Gente amada e querida por mim, por Giré, o Deus dos giros, girações, gira sóis e também das gerações. Tive a honra, o privilégio e o sortilégio de entrevistar uma obra prima que é, sem dúvida, o Bebê China. Acompanhem.
DR. Boa:
- Bebê China, como posso lhe chamar?
Bebê China:
- Yanleehouzoiling ou Bebê China.
DR. Boa:
- Bebê China parece mais fácil. Você gosta do Brasil?
Bebê China:
- Aki Brazil não é China, né? China muito bom, Brazil bom também. Futebol Ronaldinho piuííí gol, gol. China só kung fú hou hou.
DR. Boa:
- Grande Bebê China! Parece-me que gosta de futebol. Torce por algum time brasileiro?
Bebê China:
- Aki Brazil eu gostar de “paineira”.
DR. Boa:
- Você quer dizer Palmeiras, não é?
Bebê China:
- Você maluco, né? Paineira véia abandonada. Piuííí, gugú lili, cabana de caboclo.
DR. Boa:
- Maravilha! Gosta de relíquias sertanejas?
Bebê China:
- Você maluco, né? Tinico e Tô louco muito bom. China não gosta piuííí, piuáá, eu kéiro chá, eu kéiro chun, chun, chá.
DR. Boa:
- Que mente inteligente! Cite-me três coisas que mais gosta no Brasil.
Bebê China:
- Bunda, bunda e...
DR. Boa:
- Uma você repetiu, portanto, faltam duas.
Bebê China:
- Falta nada. Bunda, bunda e bunda.
DR. Boa:
- O que é isso, Bebê China? Aqui existem coisas mais bonitas do que bunda.
Bebê China:
- Aki Brazil muita bunda: grande, pequena, miúda; aki Brazil muita bunda: gorda, larga; na China só bunda magra.
DR. Boa:
- Interessante, Bebê China. O que acha do brasileiro, na regra geral?
- Brasileiro? Bunda mole. Piuííí...
DR. Boa:
- Muito sincero, você, Bebê. Gosta de música brasileira?
Bebê China:
- Hoje música brasileira muito “sulé”, antes melhor, né?
DR. Boa:
- Concordo plenamente com você. Para finalizar nosso bate papo, você que é a reencarnação da matéria prima vinda do andar de cima, deixe uma mensagem para o Brasil.
Bebê China:
- 春我要,我要茶,我想要春春,茶,茶,茶

Espero que vocês, povo misericordioso da raiz de Jessé, tenham entendido.


ESPÍRITOS



Tenho muito medo do oculto e não brinco com o fogo porque sei que ele (o fogo) não sabe brincar. Tenho medo do escuro, por isso durmo com a luz acesa e, mesmo assim, de vez em quando, ainda vejo uns vultos.
Dias atrás, estava só, no silêncio do meu quarto e, vi uma fumacinha saindo debaixo do meu cobertor. Senti um odor terrível, mas, não era cheiro de queimado. Fiquei apavorada, com muito medo daquela fumacinha que desapareceu depois de uma reza forte que fiz.
Recentemente, procurei uma igreja bastante avivada e, chamei o pastor de lado e contei-lhe sobre os vultos e a tal fumacinha misteriosa que, de vez quando vejo. Ele orou forte impondo suas mãos sobre minha cabeça e, chacoalhou, chacoalhou e, eu, movida pelo espírito, dancei, pulei, dei glórias e glórias, cantei, chorei, gritei e até peidei. Então. Disse-me o pastor:
- Irmã, você está possessa de espíritos malignos. O espírito do “Peido” consegui expulsá-lo, mas, vigie, ore e, faça jejum porque tudo indica que ele vai voltar.
Sou meia gordinha, peso 149 kg e é difícil jejuar, portanto, o espírito do “Peido” ainda me persegue principalmente minutos depois que faço minhas refeições.
Mais espíritos me perseguem: o espírito das “Rachaduras”, do “Ácido Úrico”, o das “Joanetes”, o espírito das “Frieiras” e, principalmente, o espírito do “Chulé”. Estou com tanto medo e, nessas horas ele ri de mim, sim, falo do espírito do “Peido” que vem sem ser chamado e, nessas horas eu não só peido como cago também. Minha vida virou em puro fedor, doutor.
Vivo na solidão como um pernilongo de pernas amputadas; como uma pulga sem um ferrãozinho pra sugar um sanguinho: como uma bicha bichada; como um cão vira-latas sem blusa em dia de inverno; sinto-me abandonada, desprezada. Quero me libertar do espírito da “Cachaça” e não consigo; do espírito da “Coceira”, do “Mau Hálito”, enfim, do espírito do “Catarro”, do “Escarro” e, principalmente o do “Cigarro”. O senhor, que é o doutor do impossível, pode me ajudar? Meu nome é Dagmar.
DR. BOA:
- Dagmar, creio que até os loucos correm de você. Eu, apesar de não ser louco, estou correndo. Sua história é tão triste e comovente que é capaz de fazer o Diabo e seus demônios chorarem. Doutor do impossível é Giré, não eu. Se seus pés estão possessos de espíritos malignos, corte-os e presenteie aos urubus que vão adorar. Espírito do “Peido”? O intestino está alojado em seu cérebro criatura. Você precisa nascer de novo, porque algo saiu errado em seu nascimento; você veio assim no mundo, como aquela fumacinha que sai debaixo de seu cobertor; como um peido, imunda. Tome um banho de mar, Dagmar. Respeite ao menos os loucos. Venha ao meu consultório provar do meu café, santa. Eu te aguardo.

domingo, 26 de agosto de 2012

NÃO JULGUE

Certa vez, uma garotinha vinha do colégio e estava dentro de um ônibus circular. Uma senhora de meia idade observava aquela garotinha com olhar crítico. Não resistiu e perguntou para a garotinha.
- Quantos anos você tem, garota?
A garotinha, sorridente responde:
- Dez anos e, a senhora?
E aquela senhora não foi nem um pouco simpática.
- Não importa a minha idade. Você sabia que são algo detestável para Deus estes brincos que está usando? Este seu cabelo cheio de tranças também? Não pense que você vai ganhar o céu com este rosto pintado, esse batom nos lábios. Meu Deus! Já é ridículo para uma mulher adulta usar estas coisas e, imagine para uma criança como você. Comporte-se como uma serva de Deus, moleca! Não como uma serva do mundo, ou melhor: uma serva do Diabo.
Então, aquela garotinha responde para aquela senhora.
- É certo uma mulher como à senhora, de cabelos bem longos, sem maquiagem, sem brincos, abortar três vidas? Sendo casada, trair seu marido com o pastor da sua igreja?
E aquela senhora fica pálida de tanta vergonha.
- Como é que você sabe de tudo isso, garota?
E aquela garotinha, sem mais nada dizer, desce do ônibus.

DR. BOA RESPONDE (Parte 10)


- Meu nome é Vinícius, tenho 40 anos. Sou cético e ateu. Não creio em tudo o que me dizem e acho uma tolice o ser humano perder o tempo (que pra mim é precioso) em crendices. Gosto de fatos reais e não ilusórios. O povo inventa muito. Crê em muitas besteiras que não passam de mera ilusão. Dr. Boa, por exemplo, não passa de uma farsa. Ele não existe porque é uma ilusão.
Dr. Boa:
- O que não existe, ou melhor, o que não deveria existir é alguém assim tão deprimente quanto você, meu caro. Crer ou não crer em algo é problema seu. Todo cético acolhe em sua mente pequena conhecimentos demais e, então, o que acontece? Ele entra em paranóia. Sua mente fica perturbada devido o excesso de informações. Conversar com você sobre o que, por exemplo? Deus, (o Autor da Vida) seria uma tolice, pois, você viria com átomos da ciência que está composta em sua mente. Saiba que “ilusões” precisam existir para dar sentido aos sonhos; o que é real demais pode ser tão verdadeiro do que sua vida no inferno. Dr. Boa não é uma farsa e muito menos uma ilusão. É uma mente muito mais evoluída do que a sua, porque deseja aplicar o “bem” a todos aqueles que respeitam a vida.

DR. BOA ENTREVISTA “BEBÊ CHINA”



Gente amada e querida por mim, por Giré, o Deus dos giros, girações, girasóis e também das gerações. Tive a honra, o privilégio e o sortilégio de entrevistar uma obra prima que é, sem dúvida, o Bebê China. Acompanhem.
DR. Boa:
- Bebê China, como posso lhe chamar?
Bebê China:
- Yanleehouzoiling ou Bebê China.
DR. Boa:
- Bebê China parece mais fácil. Você gosta do Brasil?
Bebê China:
- Aki Brazil não é China, né? China muito bom, Brazil bom também. Futebol Ronaldinho piuííí gol, gol. China só kung fú hou hou.
DR. Boa:
- Grande Bebê China! Parece-me que gosta de futebol. Torce para algum time brasileiro?
Bebê China:
- Aki Brazil eu gostar de “paineira”.
DR. Boa:
- Você quer dizer Palmeiras, não é?
Bebê China:
- Você maluco, né? Paineira véia abandonada. Piuííí, gugú lili, cabana de caboclo.
DR. Boa:
- Maravilha! Gosta de relíquias sertanejas?
Bebê China:
- Você maluco, né? Tinico e Tô louco muito bom. China não gosta piuííí, piuáá, eu kéiro chá, eu kéiro chun, chun, chá.
DR. Boa:
- Que mente inteligente! Cite-me três coisas que mais gosta no Brasil.
Bebê China:
- Bunda, bunda e...
DR. Boa:
- Uma você repetiu, portanto, faltam duas.
Bebê China:
- Falta nada. Bunda, bunda e bunda.
DR. Boa:
- O que é isso, Bebê China? Aqui existem coisas mais bonitas do que bunda.
Bebê China:
- Aki Brazil muita bunda: grande, pequena, miúda; aki Brazil muita bunda: gorda, larga; na China só bunda magra.
DR. Boa:
- Interessante, Bebê China. O que acha do brasileiro, na regra geral?
- Brasileiro? Bunda mole. Piuííí...
DR. Boa:
- Muito sincero, você, Bebê. Gosta de música brasileira?
Bebê China:
- Hoje música brasileira muito “sulé”, antes melhor, né?
DR. Boa:
- Concordo plenamente com você. Para finalizar nosso bate papo, você que é a reencarnação da matéria prima vinda do andar de cima, deixe uma mensagem para o Brasil.
Bebê China:
- 春我要,我要茶,我想要春春,茶,茶,茶

Espero que vocês, povo misericordioso da raíz de Jessé, tenham entendido.


sábado, 25 de agosto de 2012

O COMPLICADO


Consultei outro dia um sujeito bastante complicado, difícil de lidar. Literalmente, um louco. Que sujeito chato! Acompanhem.
Dr. Boa:
- Seu nome?
Ele:
- Pode me chamar de Tio.
Dr. Boa:
- Meu caro, não gosto de gírias, portanto, como é o seu nome?
Ele:
- Tiolexperspkroekruginfectio.
Dr. Boa:
- Conseguiu me pegar e me pegou na porretada mesmo, Tio. Qual é o teu problema?
Tio:
- Boceta.
Bati na mesa e alterei a voz.
Dr. Boa:
- Respeite as crianças, Tio.
Tio:
- Eu respeito as crianças. O senhor só pensa em sexo? Estou falando da boceta, aquela bolsa pequena, Dr. Bóia.
Dr. Boa:
- Não sou Dr. Bóia.
Tio:
- Mas, boiou agora.
Dr. Boa:
- Tudo bem, admito que boiei. Qual o problema com a bolsa pequena?
Tio:
- Que bolsa pequena?
Dr. Boa:
- Aquela que acabou de me dizer.
Tio:
- Bolsa pequena?
Dr. Boa:
Sim.
Tio:
- Que bolsa pequena?
Dei um tapaço na mesa que, por pouco não quebrei meus dedos.
Dr. Boa:
- O senhor é louco?
Tio:
- De forma alguma. O senhor é?
Dr. Boa:
- Sou o que?
Tio:
- O senhor é doutor?
Dr. Boa:
- Sim.
Tio:
- É louco?
Dr. Boa:
- Claro que não.
Tio:
- Mas, disse-me que era.
Dr. Boa:
- Eu não disse.
Tio:
- Claro que disse. É ou não é?
Dr. Boa:
- O que?
Tio:
- Doutor?
Dr. Boa:
- Sim, sou Doutor. O que tudo isso tem haver com bolsa pequena?
Tio:
- Eu falei em bolsa pequena?
Dr. Boa:
- Sim.
Tio:
- Eu me lembro de ter falado em boceta, mas, tudo bem. É a mesma coisa. Queria descobrir o que é que minha mulher guarda nela e, queria que o senhor me ajudasse.
Dr. Boa:
- Já perguntou à ela?
Tio:
- Ela quem?
Dr. Boa:
- Sua mulher. Não é dela a bolsa pequena?
Tio:
- Bolsa pequena?
Dr. Boa:
- Sim. Não disse-me que sua mulher tem uma bolsa pequena e que guarda nela algo que você não sabe?
Tio:
- O senhor complica tudo, Doutor. Pode ou não me ajudar?
Dr. Boa:
- O que posso fazer?
Tio:
- Abrir a boceta dela.
Fiquei furioso com aquele sujeito.
- Abra o senhor, oras!
Tio:
- Abrir o que?
Dr. Boa:
- A bolsa pequena.
Tio:
- Bolsa pequena?
Dei mais um tapaço na mesa e, desta vez, consegui quebrar meu anel de cristal.
Dr. Boa:
- Quer me deixar louco Tiolexperspkroekruginfectio?
Tio:
- Ei! Como sabe o meu nome?
Dr. Boa:
- Porque eu sei tudo.
Tio:
- Que maravilha! Então, sabe o que minha mulher guarda em sua boceta?
Dr. Boa:
- Claro que sei.
Tio:
- Então, o que é?
Dr. Boa:
- Balas de prata. Ela quer acertar bem na cabeça de um louco.
E aquele sujeito soltou uma rajada de peidos sem mesmo ter provado o meu café.
Tio:
- O que devo fazer, Dr?
Dr. Boa:
- Corra louco, mas, corra muito, não pouco se não quiser ser um homem morto.
Peguei meu cacetete e consegui expulsá-lo do meu consultório. Lamentavelmente, eu estava certo: a mulher daquele sujeito guardava balas de prata dentro de sua bolsa pequena. Deu na primeira edição: cenas de sangue num bar da Av. São João. Se ele tivesse corrido dela como preví não teria um final assim tão “Zé Finí”.

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

AMOR DOENTE





Eu amava demais Peidonésio, doutor. Da janela do meu quarto ficava o vendoele jogar bola com outros moleques e, ficava tão emocionada quando meu Peido marcava um gol que gritava: “Gol! Gol, gol, gol!! E chamava minha mãe cega para ver também e dizia: “Mamãe, (tá vendo?) aquele moleque, um dia será um homem e me casarei com ele. E, mamãe, moderna que só a pôrra mulçumana, dizia: “Vai fundo, filha da pura mãe”.
Como Peidonésio era lindo, Jesus! Sua mãe teve cinco derrames e ficou impossibilitada de fazer qualquer tipo de serviço, incluindo o doméstico. Foi quando eu me ofereci para trabalhar na casa de Peido, que morava só com a velha. Adorava lavar as meias e, principalmente as cuecas de Peido. Tinha aquelas marquinhas de bosta e, isso me excitava. Eu dava glórias, oras! Deixava-as limpinhas, perfumadinhas, aguardando as próximas remessas.
O pesado da faxina era ter que desentupir o vaso sanitário. Tinha cada troço grosso e gordo que só pela misericórdia. Mas, eu botava umas luvas e amassava bem as bostas até que elas virassem um caldo e, depois metia-lhes baldadas de água de poço e elas desciam pra fossa para alegria dos ratos e das baratas. Adeus, fedor, Jesus! Eu deixava aquela privada cheirando a leite.
Peidonésio era muito lindo, Jesus! Era fanho e gago; só tinha três dentes na boca; manco de uma perna, barrigudinho e, tinha um bundão que dava um show. Aquela sua bunda era uma glória, confesso.
Um dia, Peidonésio me flagrou cheirando uma de suas cuecas usadas e, ficou mais sem graça do que eu que até soltou um peido. Eu sorri e disse: “Eta peste!” Ele soltou mais um peido, depois outro e mais outro e, nós dois caímos na gargalhada e, ele conseguiu me fazer chorar quando me declarou em inglês: “Ai, ai, lóve is iull”. Que lindo! Como não entendi, ele me traduziu: “Eeu titi aamo”. Entendi o que ele quis dizer-me porque quem ama entende a língua dos fanhos e, dos gagos também. Começamos a namorar e eu, confesso: tinha ciúmes até dos seus peidos.
Eu tinha dezesseis anos e, coincidentemente ele também tinha dezesseis. Como sempre fui porreta em matemática, calculei nossas idades juntas no adicional e, o resultado dava trinta e dois. Estava na hora de casar, Jesus! Cheguei unto dele, olhei bem para os olhos dele, (tocava na rádio a música da nossa vida: “Meteoro da Paixão”) e disse pra ele:
- Peido, meu amor, quer ou não se casar comigo?
Ele, tímido que só pela misericórdia dos cegos de Jericó, se torceu todo, (parecia estar recebendo um espírito Exú) soltou um peido alegre e disse-me:
- Só se, só se, só se for agora.
- Me chame de “doce, docinho”, amor.
E ele ensaiou e disse-me:
- Dofe, dofinho.
E, diante de declarações tão lindas de amor, nos casamos. A velha da sua mãe morreu e deixou uma herança gorda para o meu querido Peido. Tinha dinheiro pro resto da vida. Compramos uma casinha, um aparelho de som e, uns cinco mil CDS piratas de modão sertanejo.
Finalmente, chegou à lua de mel. Fiquei peladinha na cama esperando-o sair do vaso sanitário, depois do banho. Tocava aquela do Teló: “Eu quero chá, eu quero chun, eu quero cha, chá, chun, chun, chun”. E, que decepção, doutor! Não queria acreditar no que via ou no que não via. Peidonésio não tinha pinto, Jesus! Aí, lascou-se tudo. Fiquei decepcionada de tal forma que tive que soltar uns peidos para me acalmar. Ele, também, ficou tão aborrecido que até se cagou todo. Arrumei minha mala e voltei para a casa de mamãe. Ficar com um homem sem pinto é um problema, não é doutor? Hoje, quando solto um peido, lembro-me dele. Devo voltar ou não para ele, doutor? Meu nome é Cunésia.
DR. BOA RESPONDE:
- Confesso piamente que nunca ouvi antes em toda a minha vida uma história tão horrorosa, absurda, nojenta e doente como esta que acabo de ouvir. A princípio, seus pais e, os pais dessa criatura denominada “Peidonésio” deveriam ter levado uma cabaçada de pau na saída do cartório, por terem registrado estes nomes horríveis em vocês; assim, como as pedras se encontram, creio que as imundícies também. Peidonésio e Cunésia, o que é isso Giré dos giros? É o massacre dos farrapos? A bomba de Hiroshima? O romance dos carrapatos ou a ópera da China?
Você é uma pessoa anti higiênica, literalmente porca e, principalmente doente. Esse teu fetiche de cheirar cuecas com marquinhas é doentio e precisa ser tratado. O fato de Peidonésio ser gago e fanho, sem problemas. Parece que o que te excitava era quando ele te chamava de “Dofe, dofinho”. Ser manco não é problema, dar mancadas que é ridículo. Três dentes na boca, minha cara? Um tremendo de um relaxado que deve ter chupado muitas balas de soda cáustica para deixar a boca neste estado. O humor de vocês resumia-se em peidos e isso é coisa de retardado; gente que adora viver no fedor tem é mais é que ir pros quintos dos infernos. Pra finalizar, volte pra ele independente dele ter pinto ou não. Hoje em dia se compra pinto de plástico por 1.99, minha cara. Pelo menos, não será traída por ele, mocréia. Rezem muito vocês dois e aprendam boas maneiras. Mudem seus nomes e, respeitem a vida.