quarta-feira, 29 de outubro de 2014
quinta-feira, 9 de outubro de 2014
SERES PEQUENOS
Meu
nome é Andréa, tenho 22 anos. Sei que a história que eu vou contar aqui pode
parecer paranoia doutor, mas, não é. Eu juro que não sonhei e nem tão pouco
inventei isso.
Desde
os meus 16 anos sempre gostei de me masturbar e, eu mesma perdi minha
virgindade numa dessas masturbações sem precisar de um pênis de qualquer
moleque, entende? Sempre gostei do meu corpo e sentia tesão comigo mesma.
Numa
tarde, eu voltava do colégio para a minha casa, como sempre, de segunda a sexta-feira,
filha única, meus pais trabalhando e eu ficava só em casa, em especial em meu
quarto no andar de cima. Que saudoso sobrado! Lá, eu descalçava meus tênis
e ficava massageando meus pés e, isso me dava muito tesão. Eu pisava em meus
materiais escolares como lápis, canetas, régua e borrachas, sentindo-me
superior a eles e, isso só aumentava o meu prazer, entende? E, confesso que
nessas horas batia-me uma fome daquelas. Foda-se! Eu matava minha fome e meu
tesão na frente do espelho do meu guarda-roupas.
Naquela tarde, eu sentia um tesão
diferente, assim muito forte. Fazia um calor de 40 graus, (eu acho), tomei uma
ducha fria e me joguei nua na cama, quer dizer: só de calcinha e, ela estava
totalmente molhada de puros orgasmos. Deu-me um sono profundo; fiquei dopada e,
nunca fui usuária de drogas. Dormi pra valer porque apagou tudo. Acordei
assustada e, com uma fome violenta. Desci para
a cozinha e peguei uma melancia e fui comer em meu quarto.
Que
droga! De repente, entra pela janela uma “coisa” semelhante a uma nave ou um
disquinho voador totalmente parecido com a melancia. E, aquela coisa bateu
contra o espelho do meu guarda-roupas, e quebrou. Só que aquele disquinho
voador também se danificou. Curiosa, fiquei observando: saíram de dentro
daquela “coisa verde” dois homenzinhos jovens em miniaturas. Corpinhos lindos!
Seres pequenos lindos, eu juro. Falavam uma língua estranha que eu não entendia
nada, apenas deduzi que, eles estavam assustados. Um deles, o menor, tinha 18
cm e outro 30 cm. Que sadismo, o meu! É claro que eu os dominei. Eu com 1.75 m
de altura era gigante para eles, entende?
Mergulhei
um de cada vez na minha vagina e fiquei brincando com aquelas “coisinhas
lindas” até eu ter vários orgasmos. Caracas! Fiquei assustada. Por pouco não os
matei asfixiados ou afogados com o meu orgasmo. Dei um banho neles e,
na sequência guardei-os na minha mochila escolar, antes, certificando de
que, de lá, jamais fugiriam.
Com
meus pés destruí aquela “coisa verde” e, com minha boca faminta e sádica comi
toda ela. Confesso que tinha um gosto muito bom. Só que, minutos depois expeli
tudo aquilo que engoli pra fora, no vaso sanitário. Que alívio! Tomei mais uma
ducha, depois fui ver minhas miniaturas. Espera aí! Elas não estavam mais na
minha mochila e, entrei em pânico. Procurei por elas em todo o meu quarto e,
juro, doutor: isso não foi um sonho e, prova disso é o espelho quebrado do meu
guarda-roupas. Não me chame de louca, Doutor, porque essa é a minha história.
DR.
BOA:
- Andréa,
se tem algo que eu levo realmente a sério é a loucura dos loucos. Para que eu
chegue à conclusão do misterioso caso dos “seres pequenos” vou precisar lhe
fazer algumas perguntas e, peço que você seja sincera nas suas respostas, ok?
Andréa:
-
Ok, doutor.
DR.
BOA:
- Você
é podólatra. Estou certo de que é.
Andréa:
-
Sim. Como sabe disso?
DR.
BOA:
- Qual
a maior loucura ou fantasia que já fez por sexo?
Andréa:
-
Esmaguei até sangrá-los e matá-los seis pintinhos de galinha com os meus pés e,
enquanto fazia isso, tive orgasmos.
DR.
BOA:
- Já
se masturbou com objetos escolares?
Andréa:
-
Sim.
Dr.
BOA:
- Com
que objetos você se masturbou?
Andréa:
-
Com minha caneta e minha régua, que eu mais gostei.
(30
cm)
(18 cm)
DR.
BOA:
- Você
é sonâmbula?
Andréa:
-
Nossa! Sou sonâmbula, sim.
DR.
BOA:
- Naquelas
horas de tesão intenso o que você costumava comer?
Andréa:
-
Melancia, a minha fruta predileta.
DR.
BOA:
- Não precisa dizer mais nada, Andréa. Apenas, ouça-me. Você é podolatra, sádica
como mesma disse-me. O prazer de dominar seres pequenos começou lá atrás,
quando você esmagou com os seus pés, pintinhos de galinha; fez isso também com
objetos escolares. Como sabia do tamanho exato daqueles seres pequenos que você
injetou em sua vagina? Sem dúvida, foi sua caneta, que presumo que tenha 18 cm
e sua régua, 30 cm. Depois, banhou-as e guardou-as em sua mochila escolar.
Diante do espelho, você devorou a melancia (sua fruta predileta) e, seu tesão
era tanto que conseguiu quebrar o espelho do seu guarda-roupas, sabe-se lá
como, afinal, você é sonâmbula e, sonâmbulos fazem coisas que os “acordados”
não entendem. Quando você despertou desse sonho erótico e maluco foi conferir
se os seres pequenos ainda estavam lá na sua mochila escolar. Eles nunca
estiveram lá, minha querida. Você deve ter notado que, entre os objetos no
interior da mochila, dois estavam molhados, ou seja: sua caneta e sua régua.
Andréa:
-
Meu Deus! Estavam mesmos molhados.
DR.
BOA:
- O
mais estranho de tudo o que eu gostaria de entender foi como você conseguiu
comer até as cascas da melancia. Se bem que você as expeliu tudo no vaso
sanitário.
Pula santa! Você é imaginativa demais e isso me mete medo.
Pula santa! Você é imaginativa demais e isso me mete medo.
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terça-feira, 7 de outubro de 2014
A ESTANTE
Ana Cristina era uma grande mulher
guerreira, trabalhadora. Ficou viúva de Rodolfo, um bom homem que lhe deu uma
linda menina.
Júlia tinha apenas um ano de vida, mas,
era esperta demais. Parecia entender tudo. Olhava atenta para um objeto e, nem
piscava os olhos. Sabe-se lá o que a pequena Júlia imaginava.
Geralda, mãe de Ana Cristina era uma velha
doente, acamada. Em nada podia ajudar a filha que, além de trabalhar fora,
fazia os serviços domésticos. Era sempre aquela rotina de segunda a sexta: Ana
Cristina acordava cedo, deixava a pequena Júlia na creche e ia pro trabalho.
Quem cuidava da velha Geralda era Alda, uma boa vizinha.
Ana Cristina trabalhava como empregada
doméstica numa casa de família. Ganhou de Leonora, sua patroa, uma linda
estante, por sinal, muito grande e pesada. Leonora deixou bem claro:
- Ana Cristina, lhe dou de presente esta
estante, madeira boa, fina e cara, porém, está com um dos pés quebrado. Bote um
calço nela e boa.
Pensem numa estante bonita. A sala de Ana
Cristina que era grande parecia agora pequena, porque aquela estante tomava um
bom espaço.
Sucedeu que num dia de sábado, Ana
Cristina estava atarefada demais com seus afazeres domésticos. Lavava roupas
num tanquinho do lado de fora de sua casa e, de cinco em cinco minutos corria
para a sala pra ver se estava tudo bem com Julinha. Que bonitinha! Ela assistia
desenho animado na TV e nem piscava os olhos.
Alda, a boa vizinha, veio receber de Ana
Cristina certo dinheiro por cuidar da velha Geralda durante a semana.
- Minha mãe tem lhe dado muito trabalho,
Dona Alda?
- Não. Sua mãe é um doce, Ana Cristina.
Nem parece uma retardada, uma débil mental, uma louca.
De repente, um barulho alto seguido de um
estouro. Sim, o barulho era na sala. Ana Cristina corre para lá e aquilo que
viu foi o motivo de sua loucura. Aquela imensa estante caída no chão. Nossa!
Uma das veias de seu cérebro estourou. Só pode. Ela grita tanto, mas, tanto que
soava até línguas estranhas. Uma loucura. Alda, a boa vizinha também grita e
chora muito.
- Meu Deus! Meu Deus! Por que isso
aconteceu? Coitada da pobrezinha Julinha.
Como a vida nos surpreende, gente! Como
aquela estante foi tombar? Por quê?! Quantos “por quês” ainda iremos perguntar e quem vai nos
responder?
Julinha era uma linda bebezinha adorável.
Um anjinho de Deus, querida por todos. Quantas lágrimas! Pelo menos uns quatro
homens fortes, bons vizinhos foram erguer aquela grande e pesada estante. Ana
Cristina gritava, pulava e babava no quintal. Ficou realmente louca.
O que estava previsto acontecer,
aconteceu. A estante caiu. Estava mal calçada, sei lá. Caiu, caiu. O que tem de
acontecer acontece. Não entendemos os desígnios de Deus, mas, creio que Ele tem
muito mais o que fazer do que ficar segurando uma estante. Onde estava o anjo
da guarda daquela criança? Talvez brincando de esconde-esconde nas nuvens com
outros anjos.
Não existe nada, absolutamente nada que
seja mais lindo, mais puro do que um sorriso de uma criança. E agora, a culpa é
de quem? Da mãe ignorante? Depois do fato ignora-se o ato. Não adianta ficar
questionando feito um papagaio: "Mas, como isso aconteceu?". Mesmo
que explique a causa para esse loro, ele não vai entender nada. Quem sabe
pousou um pernilongo cansado de sua jornada sobre aquela estante e, esta não
resistiu e por isso caiu. E a neném? Quem sabe uma família de cupins famintos e
podólatras acabaram de comer o pé ferido da estante e, por isso, esta caiu. E a
neném?
Uma criança é como um anjinho inocente.
Não tem noção de que o perigo pode star presente até no amigo Vicente, num
parente, num ausente, num presidente, num tenente, num demente, num deficiente,
na gente, numa corrente, numa semente, numa mulher inteligente, num valente,
numa mente, num paciente, num vivente, num ascendente, numa dívida pendente,
num cachorro quente, em nossa frente, etc. Pode estar num poeta, num atleta,
numa bicicleta, num pateta, não importa. O perigo pode estar numa porta, numa
torta, numa morta, numa derrota, num agiota, num idiota, não é verdade? Está em
toda parte. Numa arte, num biscate, num padre, num compadre, numa comadre, numa
madre, num covarde. Que absurdo! O perigo pode estar em tudo. Está no mundo,
num susto, num minuto, num assunto, num surdo mudo, num defunto, num presunto,
num luto, num "vamos ficar juntos". É um dilema. O perigo pode estar
num problema, num esquema, numa Maria Madalena, numa fêmea, numa alma gêmea,
numa gema, numa algema. Diacho! O perigo pode estar num macho, num cacho, num
riacho, sei lá. Pode estar num caminhar, num andar, num devagar, num apressar,
num "olá", num "deixa pra lá", num cair e levantar, num
"blá-blá-blá", no mar, num altar, num lugar ou em qualquer lugar.
E agora, o que dizer? Caiu, caiu. O perigo
pode estar num fio, num tio, num assobio, num rio, num cio, num pavio, num pio,
num "ninguém me viu", minha senhora. Pode estar numa sogra, numa
nora, numa escola, numa cola, numa sacola, num "não me amola", num
fora, num apavora, num "vamos embora", numa fofoca, numa foca, numa
dorca, numa cobra, numa sobra, numa droga, numa Ioga, numa frota, numa bota,
numa jóia, num nóia.
Como é triste a dor de perder um ente
querido, meu Deus! Muitos protestam: “Difícil aceitar, se conformar.É muita injustiça".
Tem gente que é tão ruim, mas, tão ruim
que odeia um final feliz de uma história. Por isso é que o perigo pode vir a
todo instante. Pode estar num volante, num andante, numa amante, num diamante,
num alto falante, num tratante, num ignorante e, até mesmo numa estante.
Ao erguerem do chão aquela imensa e pesada
estante, uma surpresa que fez calar até a boca dos anjos: “Cadê Julinha, meu
Deus?” A pequena Julinha, para surpresa de todos estava dormindo no colo de sua
avó Geralda. Mas, como?
- Eu precisa ajudar minha filha Ana
Cristina em alguma coisa. Desde que vi aquela estante, senti perigo. Com
dificuldade, levantei-me desta cama e fui até a sala e peguei minha netinha
trazendo-a para junto de mim.
Grande velha Geralda que hoje não está
mais entre nós. Pobre Ana Cristina hoje está acamada, doente e, não varia das
idéias. Quem cuida dela é a mocinha Júlia, uma grande figura.
Muitas vezes agimos como crianças que não
têm noção do perigo. Achamos que nunca vai acontecer com a gente aquilo que
vemos acontecer com os outros. Não somos como os diamantes no sol que duram
para sempre. O perigo pode star num brilhante, num volante, num elefante, num
restaurante, num ignorante, diante ou distante. Não importa. O perigo está em
toda parte e, pode estar ao nosso lado também. Nada pode valer mais, possa ser
mais valiosa, preciosa do que nossas vidas que são glórias e glórias e, esta é
mais uma das minhas histórias.
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